Brasília. O "Diário Oficial da União" publicou na edição de ontem o decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff que reajusta o salário mínimo para R$ 622. O aumento passa valer no dia 1º de janeiro de 2012.Essa é a primeira vez que a administração petista não arredonda o valor do piso salarial para um múltiplo de R$ 5.
Essa prática era seguida, de acordo com as explicações anteriores, para facilitar os saques em caixas eletrônicos.
O reajuste segue a sistemática convertida em lei neste ano: a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, apurado pelo IBGE (INPC) acumulada desde o reajuste anterior, mais a taxa de crescimento da economia de dois anos antes.
Essa fórmula vinha sendo adotada desde o segundo governo Lula, com a diferença de que os arredondamentos resultavam em ganhos mais generosos para o mínimo. Ao não elevar o valor para R$ 625, o governo economizará cerca de R$ 900 milhões no próximo ano, um valor modesto em um Orçamento de mais de R$ 940 bilhões.
No entanto, o reajuste já programado terá forte impacto nas despesas com aposentadorias, benefícios assistenciais e seguro-desemprego.
Esse é um dos motivos pelos quais a maior parte dos analistas e investidores duvida que o governo federal vá conseguir cumprir suas metas fiscais no próximo ano. O novo valor poderá gerar ainda mais uma pequena economia porque o Orçamento de 2012, aprovado, estima as despesas com base em um mínimo de R$ 623.
