Aliança atual entre PT e PSB, que elegeu a prefeita Luizianne Lins está indefinida. O PT afirma que terá candidato próprio, mas acredita que aliança com PSB poderá sobreviver.
No PSB, há setores que defendem a manutenção da parceria com o PT, como o governador Cid Gomes. Seu irmão Ciro, no entanto, pede por candidatura própria.
O PSDB pode lançar à prefeitura o candidato derrotado ao governo do Estado, Marcos Cals.
Luizianne Lins (PT) quer manter a aliança com Cid Gomes (PSB) para eleger seu sucessor, mas não o fará a todo custo e a qualquer preço. O governador considera que devem partir da prefeita os gestos e as sinalizações para manter a parceria. Ela irá procurá-lo, provavelmente na próxima semana, antes de ele sair em viagem de férias. Na ocasião, o nome de Waldemir Catanho deverá ser submetido. Cid tem dito que espera que o candidato represente algo de novo. Justamente a antítese do que simboliza o cérebro da articulação política da Prefeitura. A recepção não deve ser a melhor possível, mas tampouco o governador será surpreendido. Além disso, gente do comando político do Palácio da Abolição avalia que o escolhido por Luizianne é até mais palatável que, por exemplo, o do deputado federal Artur Bruno. Mas os entendimentos não estarão restritos ao nome do candidato, mas aos termos em que a coalizão persistirá. A convivência entre Estado e Município e o projeto petista para 2014 possivelmente entrarão na conversa. Mas Cid – que resistiu a falar sobre sua própria reeleição, em 2010, até o limite do prazo – será naturalmente cauteloso ao mencionar o assunto. Luizianne certamente será evasiva ao responder.
FIM DA ALIANÇA NÃO É CONSIDERADO O FIM DO MUNDO
A possibilidade de a aliança com Cid não se manter não é vista como o fim do mundo no grupo que comanda a Prefeitura. Para a cúpula luizianista, o fator determinante para o sucesso ou o fracasso da candidatura será a avaliação da gestão. E a prefeita e seus assessores mais próximos demonstram confiança extrema – e aparentemente injustificada – de que esse desempenho melhorará sensivelmente. Aliás, a opinião média sobre a Prefeitura vem em evolução, depois de chegar ao fundo do poço no primeiro semestre. Daí a acreditar que só a força da administração será capaz de eleger seu candidato, em qualquer circunstância, soa como otimismo quase despropositado.
REGRA TRÊS
Como a coluna abordou ontem, Catanho é o nome de Luizianne, só basta ele querer. Mas, como todo bom político, Luizianne tem seu plano B. Ele é Elmano de Freitas. Hoje secretário da Educação, ele esteve quase sempre no entorno do núcleo decisório de Luizianne. Exerceu várias funções, da articulação institucional à coordenação do Orçamento Participativo. Raramente foi notado, até chegar à Educação. Ganhou projeção e foi o responsável pelo anúncio do recente “pacote de bondades”, para professores. Se Catanho não quiser ou não se viabilizar, Elmano deve ser apresentado como fator surpresa da prefeita. Com uma vantagem: na medida em que desponta como candidato, o coordenador da articulação política da Prefeitura se torna alvo dos holofotes. Junto virão as críticas, questionamentos e potenciais denúncias. Como azarão, Elmano vai se mantendo “virgem” dessa guerrilha mais pesada.